[]
[]
[]
[]
[]
[]
[]
[]
[Web Creator] [LMSOFT]
Debatable
             Consultoria empresarial e formação profissional, Lda


26.04.2011

As exportações das PMEs, estratégia para a crise e sustentabilidade para Portugal.

Num mundo em constante transformação, onde o “ápice” é a unidade de medida, torna-se critico a tomada de decisões por antecipação, especialmente quando em cenários de elevado risco.

O turismo é um fenómeno que permite o desenvolvimento dos territórios, o intercâmbio de culturas, a criação de mais-valias sócio-económicas, a dinamização das actividades produtivas, a atenuação dos desequilíbrios inter-regionais, a preservação do ambiente e a valorização do património territorial.

O carácter estratégico do turismo faz-se sentir não só pelo peso e efeito multiplicador na economia nacional, como por registar taxas de crescimento superiores à média nacional. O impacto directo e indirecto do turismo no produto interno bruto, emprego, investimento e receitas públicas faz com que o turismo seja estratégico para Portugal.

O sector do turismo deverá, nos próximos anos, constituir-se como um forte contributo para a aproximação de Portugal aos demais estados da União Europeia, o que significa um crescimento acima da média comunitária rumo à convergência real. O turismo em Portugal não só encerra múltiplas vantagens competitivas como promove e valoriza os recursos locais, contribuindo para a redução das assimetrias regionais e aumento das exportações.

Na última década o conjunto dos impactos económicos levado a efeito pelo turismo representou cerca de 18% do PIB, seis vezes mais que as exportações promovidas pela Autoeuropa. O turismo tem sido responsável por aproximadamente 45% do total das exportações de serviços e coberto 43% do défice da balança comercial do país. Em 2010, segundo a OMT, Portugal foi o 16º principal destino nas chegadas internacionais, o que significou 6,9 mil milhões € de receitas turísticas provenientes dos mercados internacionais, em sentido inverso as despesas turísticas efectuadas pelos residentes nacionais no exterior totalizaram 2,7 mil milhões €.

Ainda assim a actividade turística enfrenta múltiplos desafios, de facto não só todos os destinos concorrem ferozmente entre si, como os hábitos dos turistas se alteram à velocidade da luz; os turistas passaram a viajar de forma independente, a recorrer cada vez mais à Internet, a procurar viagens de baixo custo, a descobrir destinos inovadores e multi-atractivos, a exigir destinos com autenticidade, originalidade e com permanentes inovações.

 
Ainda que as tendências dos mercados passem por produtos como o património cultural, religioso, rural, eventos (Jogos Olímpicos, Campeonatos Mundiais, Expo´s), viagens de negócios e congressos; os territórios/destinos terão que no futuro imediato obter novas políticas de investimento global criando ofertas inovadoras e diferenciadas para satisfazer uma procura que legitimamente é cada vez mais exigente.

Com o Tratado de Lisboa a UE terá que desenvolver acções destinadas ao fomento da competitividade e inovação bem como o apoio à cooperação e ao intercâmbio de boas práticas numa abordagem integrada do turismo nos Estados Membros. No entanto, as medidas europeias adoptadas para o turismo não deverão constituir um peso administrativo suplementar para os territórios mais deprimidos, tais como as regiões transfronteiriças e de montanha. Será necessário ter em conta as características específicas dos territórios aquando da elaboração do quadro europeu para o sector de turismo. As regiões deverão ser apoiadas por uma acção global considerando os princípios da subsidiariedade e proporcionalidade. O Comité Europeu da Regiões11 Criado em 1994 pelo Tratado da União Europeia, o Comité das Regiões (CdR) é um órgão consultivo composto por representantes dos poderes locais e regionais da Europa. O CdR é sempre consultado antes da adopção de decisões da UE no domínio da política regional, ambiente, educação e transporte, que afectam directamente os poderes regionais e locais. vem apelando para a importância de antecipar mudanças, respondendo à crescente concorrência no sector. O Comité das Regiões entende ser particularmente importante o financiamento do turismo com especial destaque para as linhas de apoio divulgadas pelo FEDER. Considera também fundamental a investigação e disseminação do conhecimento para a criação de produtos turísticos com especial ênfase para o turismo cultural, histórico, desportivo e gastronómico.

No sector do turismo as receitas externas são geradas “dentro da própria casa”, o turismo afigura-se como o único sector onde as nano e PMEs podem assumir papel de empresas exportadoras; dificilmente haverá outro caminho para que as pequenas explorações agrícolas, indústria ou comércio possam receber divisas por contrapartida dos bens ou serviços prestados. Importa por isso promover e consolidar estratégias que promovam e fomentem a oferta turística nacional nos mercados internacionais, criando simultaneamente sustentabilidade nos territórios e equilíbrio na balança de pagamentos.

Mário Carvalho, (Ph.D.)
______________________________________

1 Criado em 1994 pelo Tratado da União Europeia, o Comité das Regiões (CdR) é um órgão consultivo composto por representantes dos poderes locais e regionais da Europa. O CdR é sempre consultado antes da adopção de decisões da UE no domínio da política regional, ambiente, educação e transporte, que afectam directamente os poderes regionais e locais.

  
Criado por,
Fazenda
Rui
Artigos
  
Artigos